O mercado de gás e energia está em transição, com aumento de oferta e mais competitividade, oferecendo diversas oportunidades de investimento em infraestrutura. No setor de gás natural, as descobertas no pré-sal permitirão que a produção nacional dobre de volume nos próximos dez anos. O gás natural é o mais limpo entre todos os combustíveis fósseis e sua utilização é vital para uma matriz energética de baixo carbono. Hoje, o gás responde por apenas 10% da matriz energética nacional. A ampliação dessa participação só será possível com investimentos em mais rotas de escoamento que tragam o insumo dos campos do pré-sal para o continente. Complementarmente, existem oportunidades de investimento em terminais de regaseificação do GNL (gás natural liquefeito), que é importado das principais regiões produtoras do mundo e transportado em navios.
TRSP – Terminal de Regaseificação de GNL de São Paulo
O TRSP será localizado no Porto de Santos (SP), com uma capacidade de regaseificação nominal licenciada de 14 milhões de m³/dia, armazenamento de 150.000 m³ e um investimento aproximado de R$ 670 milhões. O terminal é objeto de estudos desde 2015 e, em 2019, foi obtida a licença prévia do projeto. Em 2020, é aguardada a emissão da licença de instalação e, em seguida, o início das obras civis. O TRSP deverá ser administrado pela Compass com expectativa de início das operações no início de 2023, em um modelo de afretamento do Floating Storage Regasification Unit (FSRU), embarcação especializada na regaseificação do Gás Natural Liquefeito (GNL).
O projeto será remunerado pela regaseificação, permitindo ao Estado de São Paulo acesso ao gás internacional a preços competitivos, criando uma importante alternativa de suprimento e flexibilidade alinhadas à nossa estratégia de diversificação de suprimento ao mercado e maximização de competitividade.
Rota 4
O Rota 4 também está sendo desenvolvido, conectando os poços de produção da bacia de Santos ao continente, onde será construída uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN). Conforme publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (“EPE”), esse projeto possui duas alternativas, o Rota 4a, ligado a Cubatão (SP) e o Rota 4b, ligado ao Porto de Itaguaí (RJ). A capacidade licenciada é de 21 milhões de m³/dia e um investimento aproximado de US$ 2 bilhões a partir de 2024, o qual deve ser desenvolvido juntamente com parceiros estratégicos, com a Compass mantendo uma participação minoritária. Este investimento vem sendo estudado desde 2012 com licença prévia esperada para 2020 e a licença de instalação em 2021. As operações devem se iniciar em 2027 e o projeto será remunerado pelo escoamento e pelo processamento do gás natural, por um provável modelo de tolling, firmando contratos com produtores, comercializadoras ou distribuidoras de gás. O Rota 4 deverá permitir o acesso ao gás competitivo do pré-sal, também um importante passo na nossa estratégia de diversificação de suprimento.
O TRSP e o Rota 4 são estrategicamente complementares, pois possuem perfil de suprimento e flexibilidade diferentes e alto valor para formação do nosso portfólio. A produção esperada do pré-sal de gás associado ao petróleo deve encontrar demanda firme para que a operação não sofra interrupções. Já a importação de GNL permite maximizar a flexibilidade da oferta, proporcionando melhor gestão das oscilações e oportunidades de demanda do mercado. O foco neste segmento consiste em originar gás natural competitivo de diferentes fontes através de infraestrutura e oferecê-lo, através do segmento de comercialização de gás, ao mercado consumidor, clientes do mercado livre em geral e térmicas.
Última atualização: 23 julho, 2020